O anônimo cujo texto transcrevi em julho, descobri hoje, era o Tutty Vasques.
Muito engraçado tê-lo chamado de "ó pedaço de mim", mas se assim me pareceu,
assim é. Comungamos todos um pedaço ou outro.
O que quero dizer na calada é:
PARAR DE FUMAR NÃO É TÃO DIFÍCIL ASSIM.
Ou melhor, não me pareceu tão difícil como dizem, tão difícil quanto pensei
que seria. Talvez esta sensação decorra do fato de que, de maio de 2004 a
esta parte [a esta parte é lindo, só aqui posso dizer uma coisa destas]andei
tentando o impossível, que é fumar menos, fumar regradamente.
Isso sim é excruciantemente difícil. Foi um prato para a obsessivo-compulsiva
que trago em mim: tentar não fumar antes do café da manhã; falhar; começar o
dia sob o peso do fracasso. Decidir quantos fumaria até a hora do almoço. Na
hora de sair para a academia sopesar o maço na mão e pensar: "Levo, não levo,
levo, não levo..." (Com conclusões variáveis). Finda a academia, o café; com
ou sem cigarro?E assim eu ia, de cigarro em cigarro (meticulosamente contados),
de transgressão em transgressão, de culpa em culpa, de remorso em remorso. Satisfação, contentamento comigo mesma que é bom, nunca. Se decidi parar de
fumar foi porque fumar pouco é a coisa mais difícil que já tentei na minha
vida. Alimentar a fera não é bem a maneira de domá-la.